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O mundo é uma colcha de retalhos e as cidades também.

 

Cuidemos das cidades! Cuidemos do nosso pedaço!

 

https://www.airvuz.com/collections/places-regions--ents?id=5ba54bd83f83e610b5cf0735

Onde o drone não alcança, vamos nós com a câmera de mão!

 

Frame urbano é fruto de várias etapas de pesquisa acadêmica e prática profissional:

 

 . a primeira,  na área de paisagismo /urbanismo complementada por uma prática de projetos de paisagismo para espaços públicos e também espaços de edificações e empresas.

 

 . a segunda foi dedicada ao ensino/pesquisa na área de cinema, como forma de expressão e comunicação e, também, do filme documentário interativo.

 

Em sua essência, este  projeto teve inicio em  1977 , no mestrado FAU/USP. O  título, no Exame de Qualificação , em setembro de 1980 : Áreas de Lazer ao Ar Livre no Cotidiano da Habitação. (1)

 

Paralelamente, neste mesmo período,  fui autora e coordenadora de  uma pesquisa, na antiga SEMPLA , da Prefeitura de São Paulo ( 2 ) . Esta pesquisa realizada com uma equipe de 8 arquitetos, uma socióloga e 7  estagiários,  tratou de  85 praças públicas de S.Paulo. Os resultados foram registros fotográficos, fichas de observação do uso das praças, tipos de equipamentos e vegetação, numero de usuários, faixa etárias, clima no dia da pesquisa .

 

Após o Exame de Qualificação  FAU - USP, em  1980, onde também fui professora de paisagismo,  parti para Paris, com uma Bolsa de D.E.A, fornecida pelo governo francês.

 

Na França, durante um ano, aprendi a filmar sob a direção de Jean Rouch com a metodologia do denominado Cinema Direto. Trata-se de uma técnica de filmagem , com  câmeras leves na mão,  o que facilita os  deslocamentos durante a filmagem  em continuidade espaço - temporal. O treinamento corporal para tal desempenho era feito nas aulas da professora Jane Gueronet. Na época usávamos,  todos que se dedicavam à prática da cinematografia em Nanterre , as câmeras Super-8. Depois fazíamos nossas montagens em pequenas moviolas  Goko.

 

Defendida a minha tese de D.E.A., continuei minhas pesquisas durante 3 anos,  no Comitè du Film Ethnographique du Musée de L'Homme em Paris e nas  universidades Paris I ( Sorbonne) e Paris X (Nanterre).

 

O Doctotat Trosième Cycle, nas universidades Sorbonne-Nanterre, foi defendido ,  em dezembro de 1984, sob a direção do cineasta Jean Rouch , com a tese intitulada ARQUITETURA E CINEMA : A APROPRIAÇÃO DOS ESPAÇOS. Da tese fazem parte também diversos filmes documentários sobre o tema.

 

Uma das grandes dificuldades,  para aqueles que estavam em formação de cinematografia em Nanterre,  que defendiam por escrito as suas teses , era  assinalar e fazer os comentários , dos elementos que estavam nos fotogramas e/ou sequências dos filmes. Esse procedimento era, sem dúvida , indispensável para dar uma justificativa e fazer comentários dos roteiros , expressões e representações dos elementos formadores do sensível , extraídos   dos filmes da tese finalizados.

 

O jeito era usar papel manteiga, ou papel vegetal, dar a parada no fotograma que estava na moviola,  desenha-lo, assinalando encima dele , àquilo que era alvo do comentário escrito da tése. Algumas dessas teses são  publicações e filmes que  fazem parte de uma coleção denominada Cinéma&Sciences Humaines da Université Paris X- FRC. (3)

 

Realizei na França, no Japão e no Brasil , diversos filmes em Super-8 , todos visando   estratégias de mise-en-scène adequadas, na descritiva  do espaço de praças ou outros logradouros (roteiro técnico em continuidade espaço- temporal da realidade)  , usando a câmera Super - 8.

 

No Youtube você pode assistir  Jean Rouch desafiando Depardon,  numa demonstração , em 1983, sobre a questão chave  por mim pesquisada para tese. Depardon, sob a direção de Jean Rouch tenta se apropriar do espaço de uma estátua no parque de Versailles . Pode ser vista:  https://www.youtube.com/watch?v=-GnwBF2X4ZY

 

Depois de minha defesa de tese, de retorno ao Brasil, comecei a lecionar cinema documentário.

 

O Cinema Direto de Jean Rouch  preocupa-se com a interatividade, através de várias estratégias de mise-en-scène, antes mesmo da chegada do filme digital.

 

Iniciei-me no mundo digital em 1994. Prossegui as pesquisas, agora na busca de  mecanismos interativos concretos -   encontrar plataformas para possibilitar anotações e desenhos sobre o  filme digital- , superando àquelas dificuldades daqueles que lidavam analogicamente com os filmes Super-8, no período de pesquisa na França.

 

Em 1999, com meu professor de informática  Marco Aurélio Silva , realizei, em Flash, um CD-Rom chamado Inventário da Ambiência Urbana.

 

Posteriormente (ano 2000)  dirigi e realizei  um  novo projeto de pesquisa, agora patrocinado pela FAPESP, denominado  CD-ROM DE URBANISMO . Uma interatividade entre links dos itens do filme principal foi executada, no final da pesquisa.

 

Posteriormente acompanhamos junto com o analista de sistemas Daniel Villar , algumas experiências feitas pela equipe do Youtube (balões com frases, no estilo história em quadrinhos)  que não tiveram continuidade.

 

Com  o  professor Arq. Claudio Gomes (FAU-SP), realizei e produzi  um filme

 

" DIAMANTINA : ALGUNS PERCURSOS ", sem no entanto ter ainda uma plataforma para interagir com os frames da arquitetura barroca mineira.

 

Finalmente, há  3 anos chegou o convite para testar  uma plataforma,  de um grupo de cineastas pesquisadores de Los Angeles e que agora estou apresentando aos colegas pesquisadores e também aos frequentadores das praças de S.Paulo.

 

Faço um convite à que colaborem nas opiniões para melhoramento de praças e outros logradouros,  próximos às suas residências, usando a metodologia desenvolvida por minha equipe e pela da plataforma.

 

Alguns testes já feitos, tem se mostrado satisfatória até este momento.

 

Ia esquecendo do início da história!

 

Entre 1967 e 1972  , como arquiteta concursada da Prefeitura de S.Paulo, trabalhei no Departamento de Parques e Jardins, posteriormente DEPAVE . Projetei cerca de 40  espaços  públicos para cidade. A grande dificuldade que eu encontrava então,  era a de  estabelecer um programa de projeto de praça,  para populações de culturas diversas e, também, uma total falta de previsão da futura ocupação do espaço urbano entorno da praça  (falta de planejamento urbano). Também não existia , tal como temos hoje,  a Internet. Nenhuma tecnologia de interação/comunicação, entre os arquitetos e os futuros usuários da praça.

 

Atualmente começo à fazer a arqueologia dos espaços públicos projetados por mim a  cinquenta anos atrás . Encontro alguns espaços muito bem cuidados - com algumas pequenas modificações de projeto , feitas pela população que mora entorno;  outros espaços perderam sua função inicial de lazer  e foram ocupados em parte por  terminais de oníbus,  por escolas e outras instituições municipais. É o caso do atual Largo São João Clímaco, que  teve sua função de lazer mudada, devido a  pressão exercida pela intensa ocupação do solo entorno da praça . De Praça  se tornou um Largo.(4)

 

Nossa equipe atual de trabalho e pesquisa faz testes com o filme da Praça Amadeu Amaral que  já está na plataforma .

 

Você pode ir à  /  NOSSAS PRAÇAS do site FRAMEURBANO e verificar como funciona a plataforma.

Voilá!

 

Publicações :


(1) Modelos Teóricos de Planejamento: O incremental, o Global e o Estrutural; suas Definições, Interrelações e Condições de Aplicabilidade na Questão: ÁREAS DE LAZER AO AR LIVRE EM SÃO PAULO .Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade São Paulo. Fevereiro 1978.

 

(2)  A praça e o seu papel dentro do contexto da cidade e da vida do cidadão. Pesquisa exploratória de 85 praças públicas no município de São Paulo: a questão de apropriação da praça pelo cidadão ,inserida no contexto do parcelamento, uso do solo e faixa de renda.(pags 6-13). REVISTA ENGENHARIA MUNICIPAL No 77- ano XXIV - Setembro/Outubro/1979.

 

(3)  As pesquisas , filmes e publicações do Grupo de de Pesquisa Cinema & Ciências Humanas  de  Nanterre, estão,  desde Setembro 2019,  sendo incorporadas à B.N.F. São várias publicações de grande interesse à formação de pesquisadores da linguagem cinematográfica.  Passaram a fazer parte do acervo da Biblioteca Nacional Francesa. 2019 : MISSION D'INVENTAIRE DU FONDS D'ARCHIVES AUDIOVISUELLES FRC (1970 - 2019)].

 

(4) Largo São João Clímaco. Publicação I.A.B. PRANCHETA . Exposição I.A.B. Menção Honrosa Projeto Paisagismo. São Paulo.Projeto executado em 1972.

 

O DISPOSITIVO FRAMEURBANO COMPÕE-SE DE:

 

  1- tela para  filme*,

 

  2-  caixa de ferramentas para assinalar e desenhar nos frames das paradas do filme  e

 

  3-  um bloco de anotações que interage com as paradas.

 

* Na plataforma uso o que denomino  um filme documentário descritivo da realidade espacial urbana (cenografia urbana)  para ser visualizado, assinalado e comentado nas paradas sobre frames.

 

Sobre o Frame Urbano


O Frame Urbano é uma rede de pessoas cuidando e apreciando o que é nosso e de todos, NOSSAS PRAÇAS! Faça sua parte, ajude-nos a deixar todas bem cuidadas! 


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